Mensagem do Presidente
 

A maior motivação para continuar a desempenhar as funções de presidente de Câmara, depois de reeleito nas eleições de 26 de setembro de 2021, é ter o contínuo inconformismo com uma visão redutora do território em que as métricas usadas para definir a sua importância têm simplesmente a ver com números, entre os quais o número de habitantes. Este inconformismo é evidente quando olhamos para este nosso território cheio de potencialidades, que necessita de uma contínua visão estruturada e empreendedora, sem medo de apostar nos nossos recursos, de os qualificar e de potenciar o seu valor.

Com orgulho dizemos que somos um concelho rural de província, não provinciano. Nós que aqui vivemos sabemos muito bem as vantagens que isso nos traz. Mas é imperativo dar saltos evolutivos na forma como olhamos para a nossa ruralidade. Motiva-me também a capacidade de atrair agentes que, recorrendo à área tecnológica, encontram aqui condições para desenvolver novos produtos, podendo eles emergir dos nossos recursos ou não, colocando ênfase na agroindústria e obviamente na floresta.

Mas, acima de tudo, motivam-me as pessoas pois as políticas que se promovem não podem desvirtuar este foco. A economia deve estar em plena articulação com o desenvolvimento da sociedade e, por isso, estou empenhado em redirecionar sempre o nosso modelo económico para o bem-estar e desenvolvimento das pessoas. É este sempre um desafio dos concelhos, da sociedade e do País.

Em territórios de baixa densidade toma maior relevância a luta contínua para fixar pessoas, é este o grande desafio para os próximos vinte, trinta anos. Poderei mesmo afirmar que todos os outros processos entroncam nesta condição: é O Desafio. Sou confiadamente convicto que estes territórios são de facto territórios de oportunidade para este século e traduzirão uma pequena revolução silenciosa na criação de riqueza para o todo nacional. A este propósito, nos últimos anos temos desenvolvido condições de atração e fixação de empresas e, consequentemente, de postos de trabalho e de pessoas.

O programa eleitoral que foi escolhido pela maioria dos proencenses entronca em cinco áreas chave: + Empresas + Emprego | +Educação +Ação social + Saúde | + Património + Cultura + Turismo | +Ordenamento + Floresta | +Infraestruturas + Habitação + Potencial Energético

Outro desafio, que já não é de hoje, mas que ganha cada vez mais importância, é a capacidade de os Municípios encontrarem formas reais de complementaridade, em detrimento da competição individual territorial. Torna-se, pois, imperativa, dentro das diferenças que marcam comunidades e territórios, a cooperação simétrica que se traduza em mais-valias para uma oferta diferenciadora, seja no seio das comunidades intermunicipais, seja na execução do Plano de Revitalização do Pinhal Interior, para uma Intervenção integrada de Base Territorial.

Também a oportunidade que se abre com o Plano de Recuperação e Resiliência e paralelamente no próximo quadro de financiamento europeu 20/30 faz com que tenhamos desafios importantes pela frente. Estamos preparados mais que nunca para os realizar, Câmara Municipal, Assembleia Municipal e obviamente os colaboradores do Município que são fundamentais e decisivos para a realização diária das múltiplas tarefas que temos: deixo a todos o meu reconhecimento pessoal e gratidão pelo caminho que têm feito connosco. 

Deixo também o desafio para que cada um de vós se questione sobre o seu papel enquanto indivíduo no coletivo, seja no meio em que vive, no local em que trabalha ou na comunidade de origem. Porquê? Porque este papel de intervenção e de assunção de responsabilidades individuais é de particular importância. O desafio do associativismo, de nos agregarmos em comunidades para lutar, para reivindicar, mas também para trabalhar na procura do desenvolvimento comum, assume papel prioritário para termos comunidades vivas e ativas.

É sempre com as pessoas que se constroem caminhos de desenvolvimento que se querem sustentáveis, que mantenham a nossa identidade e que sejam assentes na verdadeira democracia de proximidade. São sempre as pessoas que contam e é por isso que mais unidos construímos o futuro do nosso concelho.

João Lobo, Presidente da Câmara de Proença-a-Nova